A Polícia Científica do Paraná afirmou que mais de 300 pacientes do Hospital Evangélico de Curitiba morreram no dia em que receberam medicamentos receitados pela então chefe da UTI. Ela é acusada de assassinato.
Os remédios - um anestésico e um relaxante muscular -, aplicados simultaneamente, foram prescritos pela médica Virgínia Helena Soares de Souza de 2006 a 2013. Como consta neste prontuário.
Dos 346 pacientes da UTI, 317 morreram no mesmo dia em que receberam a medicação - o que corresponde a 90% dos doentes.
Outros médicos da UTI também prescreveram os mesmos medicamentos. Nesses casos, 13% dos pacientes morreram.
Os dados foram levantados pelos peritos, que examinam quase dois mil prontuários dos últimos sete anos apreendidos por ordem da Justiça.
O relatório preliminar da Polícia Científica do Paraná já foi enviado ao Ministério Público. Os promotores ainda vão investigar se - além dos medicamentos - os pacientes tinham também o nível do respirador artificial reduzido. Segundo a denúncia, era essa combinação que provocava as mortes na UTI do Hospital Evangélico.
A polícia já apresentou indícios da relação entre a morte de sete pacientes e o uso do coquetel de remédios associado a redução de oxigênio.
O processo corre em segredo de justiça. Outras 20 mortes estão sendo apuradas em um segundo inquérito, que ainda não foi concluído. A investigação vai se estender para mais estes 317 casos.
A médica Virgínia Helena ficou um mês na cadeia e responde ao processo em liberdade. O advogado dela, Elias Matar Assad, diz que o relatório da polícia científica não pode ser considerado prova.
“Nós entendemos que é mais um documento sem valor probatório. Não tem validade alguma para auxiliar em um eventual acusação”, afirmou o advogado
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